Recentemente, as declarações de Hassett marcaram realmente o início de uma atuação mais determinada.

Ele apelou diretamente à Reserva Federal para que baixe as taxas de juro em 25 pontos base na reunião da próxima semana. O timing foi escolhido de forma brilhante — precisamente durante o período de silêncio dos responsáveis da Fed, quando o presidente em funções não pode responder publicamente, aproveitando assim a sua posição especial para enviar uma mensagem clara ao mercado. Basta ver a reação de Wall Street: os investidores já estão a ajustar os preços com base nas suas palavras, basicamente assumindo o seu futuro papel.

Nestes últimos dias, a Casa Branca parece estar a oscilar na sua posição, mas na realidade está apenas a jogar o velho jogo da gestão de expectativas. Todo o processo foi meticulosamente desenhado: primeiro o aquecimento, depois o anúncio, em seguida a “gestão sombra” e, por fim, a assunção formal do controlo.

Neste momento, a fase da “gestão sombra” é a mais crucial. Powell encontra-se num dilema: se cortar as taxas na próxima semana, estará de certo modo a validar as palavras de Hassett e a dar o seu aval antecipado à nova ordem; se não cortar, e se a economia enfrentar problemas mais tarde, será inevitavelmente criticado por isso.

Com toda esta operação, o mercado está gradualmente a adaptar-se às novas regras do jogo — já não olha apenas para os dados, mas também para o clima político. Com a postura certa, a resistência vai-se dissipando e, no final, quem se pretende colocar no poder acaba por ser aceite sem grandes obstáculos. Para ativos de risco como o BTC, a expectativa de descida das taxas pode ser positiva a curto prazo, mas é a incerteza política que constitui o maior fator de risco.