

O Presidente da SEC, Paul Atkins, redefiniu o papel da Securities and Exchange Commission, posicionando-a como uma entidade que privilegia a inovação e apoia os mercados de capitais assentes em tecnologia blockchain. Em 12 de novembro de 2025, no Federal Reserve Bank de Filadélfia, Atkins proferiu uma intervenção que assinalou uma viragem estratégica, afastando-se da abordagem de supervisão intensiva que caracterizou a década anterior. O ponto essencial ficou claro: a SEC reconhece que as finanças descentralizadas e os sistemas de software on-chain passarão a ser componentes estruturantes dos mercados de valores mobiliários dos EUA, em vez de elementos a restringir por via de regulamentação redundante ou desproporcionada.
Esta mudança regulatória reveste-se de enorme significado para investidores institucionais, programadores blockchain e especialistas fintech que operam num mercado de ativos digitais em permanente evolução. Atkins salientou que a anterior administração da SEC, ao basear-se quase exclusivamente em ações de fiscalização e ao fornecer escassa orientação normativa, gerou elevada incerteza sobre a aplicação das leis de valores mobiliários a criptoativos e ativos tokenizados. Este ambiente incerto afastou capitais institucionais e travou a inovação tecnológica no setor blockchain. O equívoco da liderança anterior — tratar os criptoativos como contratos de investimento em si mesmos, ignorando o foco nas transações e nas relações entre partes — contrariou jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal dos EUA e resultou num quadro regulatório desnecessariamente restritivo. A nova abordagem de Atkins constitui uma correção técnica e filosófica, alinhando a interpretação regulatória com os princípios constitucionais e com as dinâmicas reais do mercado. Ao afirmar que o enquadramento regulatório dos mercados de capitais on-chain é agora o princípio orientador da SEC, Atkins legitima institucionalmente a tokenização de valores mobiliários tradicionais, a integração de DeFi e os mecanismos de liquidação em blockchain. Para profissionais de conformidade e especialistas regulatórios, esta evolução exige uma revisão imediata das estruturas de governação, das soluções de custódia e dos procedimentos operacionais, de modo a acomodar ambientes de negociação on-chain sem comprometer a proteção dos investidores.
O Project Crypto é a iniciativa da SEC que moderniza as regras dos valores mobiliários, permitindo que os mercados financeiros americanos adotem plenamente a tecnologia blockchain. Implementado em fases desde julho de 2025, o programa desmantela barreiras regulatórias desatualizadas, originalmente concebidas para uma infraestrutura financeira analógica. O modelo tradicional dos mercados de capitais dependia de câmaras de compensação centralizadas, períodos de liquidação fixos e registos em papel — tudo incompatível com as eficiências proporcionadas pelo blockchain. Os mercados on-chain eliminam intermediários ao incorporar a conformidade regulatória diretamente em smart contracts, proporcionando liquidação imediata, transparência reforçada e negociação contínua 24/7, com trilhos de auditoria completos.
A vantagem competitiva dos mercados on-chain manifesta-se nos indicadores de eficiência operacional. A liquidação tradicional de valores mobiliários exige T+2 (dois dias úteis), enquanto as transações blockchain são liquidadas em minutos ou segundos. Este ritmo reduz o risco de contraparte, diminui a imobilização de capital e diminui significativamente os custos operacionais. Para obrigações e ações tokenizadas on-chain, os participantes beneficiam de liquidez melhorada. Investidores institucionais passam a aceder à propriedade fracionada, antes impraticável, democratizando o capital e ampliando o acesso ao investimento. O enquadramento regulatório para negociação de valores mobiliários on-chain responde a riscos de manipulação, abuso de informação privilegiada e fraude, graças a registos de transações imutáveis e livros de ordens transparentes. Ao contrário dos sistemas tradicionais, onde a informação circula por intermediários opacos, as redes blockchain disponibilizam dados em tempo real, verificados criptograficamente e acessíveis simultaneamente a todas as autoridades regulatórias. Esta transparência reforça a capacidade de fiscalização e reduz os custos de conformidade. O Project Crypto, ao remover as regras antigas, permite às organizações implementar protocolos de conformidade blockchain com confiança regulatória. O enquadramento define que "fraude é sempre fraude", independentemente do meio tecnológico, garantindo fiscalização rigorosa para manipulações e práticas ilícitas, sem travar a inovação legítima on-chain.
O Presidente Atkins aprovou o programa piloto de tokenização da SEC em 2025, projetado para testar mecanismos de negociação e liquidação de ativos on-chain em ambiente controlado. Este programa marca a primeira autorização regulatória sistemática para que grandes instituições financeiras realizem transações reais de valores mobiliários em redes blockchain. O programa define parâmetros operacionais, padrões de custódia e protocolos de liquidação claros, eliminando dúvidas sobre obrigações de conformidade para a infraestrutura dos mercados de ativos digitais.
| Aspecto | Mercados Tradicionais | Mercados Piloto On-Chain |
|---|---|---|
| Período de Liquidação | T+2 (2 dias úteis) | Minutos a segundos |
| Horário de Negociação | Janelas de mercado específicas | Contínuo 24/7 |
| Modelo de Custódia | Câmaras de compensação centralizadas | Escrow por smart contract |
| Transparência | Filtrada por intermediários | Ledger distribuído em tempo real |
| Custo Operacional | Infraestrutura com custos elevados | Significativamente reduzido |
| Propriedade Fracionada | Limitada ou proibida | Totalmente habilitada |
O programa piloto de tokenização responde de forma clara às exigências de custódia e de infraestrutura de wallets, até então sem orientação da SEC. O novo ecossistema abrange prestadores regulados de wallets de criptomoeda, custodians qualificados com protocolos multi-assinatura e soluções de cold storage adaptadas ao padrão institucional. A emissão de cartas de não-oposição pela SEC à Depository Trust & Clearing Corporation (DTCC) indica que a infraestrutura tradicional de liquidação pode interoperar com redes blockchain, evitando a substituição total. Esta solução pragmática previne disrupções para os intervenientes do mercado e facilita a migração gradual para sistemas on-chain.
Especialistas em conformidade regulatória reconhecem que o programa piloto estabelece referenciais operacionais cruciais. As instituições participantes devem garantir monitorização em tempo real para deteção de manipulação de mercado nas redes blockchain. Devem implementar a verificação de identidade no início das transações, evitando reconciliações posteriores. As exigências de reservas de capital e metodologias para cálculo de margens devem ser ajustadas para ambientes de negociação contínua 24/7. O programa esclarece que valores mobiliários on-chain permanecem sujeitos às mesmas obrigações de prospeto, compliance documental e restrições ao abuso de informação privilegiada que os instrumentos tradicionais; a diferença está na mecânica — distribuição e transferência via blockchain — e não nas proteções substanciais dos produtos. Para profissionais fintech que desenvolvem infraestrutura de negociação, o programa piloto impõe registo de auditoria imutável, reconciliação de transações ao nível do milissegundo e integração com frameworks de reporte regulatório como o sistema OATS da FINRA.
A clareza regulatória proporcionada pelo Project Crypto e pelo programa piloto de tokenização impulsionou fluxos de capital institucional para infraestruturas de liquidação em blockchain. As principais instituições financeiras criam divisões especializadas para negociação on-chain, operações de liquidação e serviços de custódia. Esta migração institucional altera profundamente a estrutura do mercado: a conformidade regulatória nos mercados de capitais blockchain tornou-se um imperativo competitivo. Gate e outras plataformas líderes desenvolvem infraestruturas de negociação institucionais que integram monitorização regulatória em tempo real, soluções de custódia qualificadas e conectividade API para integração eficiente com sistemas tradicionais de gestão de ativos.
A camada de infraestrutura que suporta mercados de capitais on-chain inclui vários componentes críticos, todos interligados. Stablecoins, como veículos de liquidação, criam uma base monetária que permite transferências instantâneas de valor, sem que a volatilidade das criptomoedas afete a fiabilidade das liquidações. Custodians regulados que aplicam protocolos de segurança avançados resolvem preocupações institucionais com gestão de chaves privadas e risco de contraparte. Prestadores de infraestrutura blockchain asseguram fiabilidade de rede, finalização de transações e escalabilidade para milhões de liquidações simultâneas. Prestadores de monitorização operam nós que vigiam as redes blockchain em tempo real, identificando padrões de negociação suspeitos que possam indicar manipulação ou abuso de informação privilegiada. Estes componentes integram-se via APIs e protocolos normalizados, criando um ecossistema robusto de infraestrutura de ativos digitais, apto para volumes de negociação institucionais.
O aparecimento desta camada institucional de infraestrutura eliminou o principal obstáculo tecnológico à entrada dos gestores de ativos tradicionais nos mercados on-chain. Antes, investidores institucionais enfrentavam desafios como o desenvolvimento de competências blockchain internas, a implementação de protocolos de custódia e a gestão da incerteza regulatória. Agora, soluções chave-na-mão permitem aos gestores de ativos implementar estratégias on-chain através de prestadores que gerem a complexidade técnica. Custodians qualificados tratam da gestão de chaves privadas e assinatura de transações, eliminando a exposição direta das instituições ao risco de hacking. Prestadores de dados de mercado fornecem análises blockchain em tempo real, identificando pools de liquidez, locais de execução e redes de liquidação. Esta camada de abstração, onde as instituições interagem com a infraestrutura blockchain através de interfaces familiares, acelerou a adoção institucional. A validação destes prestadores pelo programa piloto de tokenização da SEC em 2025 demonstra que operar em mercados on-chain já não implica risco de execução regulatória. Investidores institucionais, ao testemunharem o sucesso operacional do programa e o reforço da fiscalização regulatória contra fraudes (excluindo infraestruturas legítimas), começaram a investir volumes significativos em ativos on-chain. Especialistas em conformidade relatam que gestores institucionais, antes impedidos de exposição direta a criptomoedas, já operam mesas on-chain que gerem milhares de milhões em valores mobiliários tokenizados, recorrendo a frameworks regulatórios que proporcionam reduções de custos operacionais superiores a 40 por cento face aos métodos tradicionais de liquidação.








