A verdadeira crise do mercado de criptomoedas: por que o setor precisa de uma inovação tecnológica do zero

Recentemente, estive vários dias a aprofundar-me numa das áreas quentes do momento e, ao levantar a cabeça, percebi que a situação mudou completamente. Em vez de guardar tudo para mim, prefiro dizer abertamente o que penso.

A realidade está à vista: esta bear market já está decidida. Desde a era Trump, a liquidez do mercado foi praticamente drenada, e aqueles poucos rebotes que se viram depois, na verdade, são uma falsa prosperidade impulsionada pelo sentimento. Não há realmente novos fundos a entrarem, apenas uma redistribuição dos existentes.

O ecossistema das altcoins já entrou em colapso. Desde o momento do TGE, toda a trajetória está carregada de dívidas. Aqueles fiéis investidores de longo prazo que acreditavam na sua visão desapareceram, e os desenvolvedores que contribuíam com código de forma sólida também são cada vez mais raros. Em seu lugar, há uma enxurrada de caçadores de airdrops, fundos de risco com interesses rápidos, fundos de CEX a retirarem fundos, e projetos que querem fazer um lucro rápido. Todos querem fugir, quem vai assumir o controlo?

As memecoins foram outrora vistas como uma esperança, como a última fortaleza contra os tokens de VC com alta FDV. Elas realmente cumpriram esse papel. Mas a tecnologia de acesso fácil, a aparência de uma distribuição justa, a produção em massa em linha — essas características condenaram as memecoins a não serem um verdadeiro suporte de valor a longo prazo. Sem o suporte de inovação tecnológica de VC de 0 a 1, a popularidade das memecoins é apenas uma batalha de existências entre participantes, e o resultado final é que o setor vai sendo lentamente devorado.

O papel das exchanges está a mudar drasticamente. Antes, elas lucravam ao facilitar inovações na cadeia e ampliar a liquidez. Mas o surgimento de plataformas inovadoras como Pumpfun, GMGN, Hyperliquid, e o efeito de riqueza que criam, fizeram as exchanges perceberem o perigo. Assim, lançaram um plano de “auto-reforma” — mas o custo dessa jogada foi a perda de sentido do negócio de mineração de lucros. Quando quem vende ferramentas começa a cavar o próprio ouro, a lógica deste ecossistema já está partida.

Os projetos e os construtores estão a passar pelo período mais sombrio. Por que as startups continuam a fazer fila para lançar? Por que o mercado perdeu a paciência para aprimorar os produtos? Por que toda a desestruturação acaba por recair sobre os projetos e os fundos de risco? São perguntas complexas, sem respostas fáceis. Mas um facto incontestável é que: os construtores e os fundos de risco do setor de criptomoedas estão a entrar em falência em massa e a fugir. Mais assustador do que uma liquidação que leva a zero é o esgotamento de talentos e capitais na indústria, deixando apenas uma casca vazia.

Talvez eu esteja a divagar novamente, mas estas observações reforçam um ponto que tenho vindo a enfatizar: a nossa indústria de criptomoedas está doente, envelhecida, e até gravemente doente.

A única saída é uma reinicialização completa — uma narrativa na cadeia impulsionada por inovação tecnológica verdadeira, que possa reabrir o setor e restabelecer uma ecologia saudável.