O número dado pela CME disparou diretamente para 87% — corte das taxas em dezembro? Isto está praticamente garantido. Até o Morgan Stanley apressou-se a mudar o discurso, apostando numa redução de 25 pontos base.

Mas dentro da Reserva Federal? Já é uma confusão total.

A governadora Mester falou abertamente: com este nível de taxas de juro, as oportunidades de emprego estão a ser esmagadas. Em Nova Iorque, Williams também deu sinais de flexibilidade, dizendo que ainda há margem de manobra na política monetária. Daly, de São Francisco, foi ainda mais incisiva, afirmando que, se o mercado de trabalho colapsar, será muito mais difícil de recuperar do que lidar com um novo surto de inflação.

Do lado dos falcões, não estão nada convencidos. Quatro responsáveis emitiram um sinal vermelho em conjunto: as pressões sobre os preços estão a passar dos bens para os serviços e, se afrouxarem agora, todo o esforço anterior poderá ser em vão. Collins, da Reserva Federal de Boston, foi ainda mais cautelosa — talvez este nível de taxas seja mesmo o necessário para travar a inflação.

O mercado já está pronto para celebrar, mas a Fed continua dividida entre “salvaguardar o emprego” e “controlar a inflação”. A reunião de dezembro promete ser tumultuosa.