Um alto conselheiro económico da Casa Branca afirmou recentemente numa entrevista televisiva — na próxima reunião de política monetária, está na altura de cortar as taxas de juro em 25 pontos base! E isto não é conversa fiada; tem o aval do atual presidente.

Para ser sincero, embora este conselheiro tenha sempre tido uma postura mais dovish, desta vez até foi bastante realista. Não apelou a um corte agressivo de 100 pontos, mas sim sugeriu que, se o mercado concordar de forma generalizada com uma redução de 25 pontos, então é por aí que se deve começar. Referiu ainda que os decisores devem acompanhar de perto as mudanças nos dados, mostrando claramente um equilíbrio entre a orientação política e a independência operacional do banco central.

Já o Deutsche Bank veio deitar água fria no mercado. A sua equipa de pesquisa considera que as expectativas de mudança de política são demasiado optimistas. Mesmo que uma nova administração queira realmente avançar com cortes nas taxas, a execução não será assim tão simples — há resistência interna dos membros mais hawkish e, mais importante ainda, até meados de 2026, os fundamentos da economia dos EUA podem nem sequer suportar a lógica de uma política monetária significativamente mais expansionista. O jogo no mercado ainda está longe de terminar.