Ultimamente, o mercado voltou a repetir o velho refrão — "O macro é a batuta". Os dados do PCE melhoram um pouco, logo aparecem vozes a dizer que a Fed está prestes a injetar liquidez, que o dinheiro está a caminho e que o mercado cripto vai descolar.
Não está errado ouvir isto. Mas esta conversa já anda em loop desde o ano passado, e o "agarra bem as fichas e espera pelo vento" já quase virou mantra. O problema é que, depois de um ano a recitar o mantra, os números na conta pouco mexeram.
Por isso, vamos ser sinceros: só olhar para o macro chega?
Chega coisa nenhuma. O macro é como ver a previsão do tempo a dizer que amanhã vai estar sol. Mas se vais nadar hoje, tens de ver como está realmente o mar. Se o mercado está parado que nem peixe morto e o dinheiro continua à espera na margem, então o "céu limpo" não passa de música de fundo.
Nestes tempos, eis algumas lições que aprendi:
**Não faças do macro o teu despertador.** O macro dita se o ambiente está frio ou quente, mas não é um botão de compra e venda preciso. Quando queres agir, tens de ver se há aqueles padrões que reconheces no gráfico e se há sinais reais de entrada de capital.
**Cuidado com os momentos de "todos otimistas".** Quando toda a gente conta a mesma história, o lado positivo já está quase sempre refletido no preço. As oportunidades de verdade surgem normalmente nas fases em que o mercado hesita, entre acreditar e duvidar.
**Sobreviver é o mais importante.** Por muito bonito que seja o trend, se a gestão de posição falhar ou entrares na hora errada, uma correção forte chega e és posto fora de jogo. Ganhos no papel não contam.
Resumindo: é preciso olhar para cima (o rumo macro), mas ainda mais para baixo (a realidade do mercado). Acreditar nas narrativas de longo prazo é legítimo, mas para o temperamento de curto prazo do mercado é preciso ter respeito.
Menos conversas bonitas, mais atenção ao que o mercado mostra de verdade. Neste jogo, só quem aguenta até ao fim tem direito de ver o desfecho.
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PanicSeller
· 17h atrás
Ahah, disseste mesmo tudo, eu sou exatamente aquela pessoa que "espera pelo vento" até ficar na bancarrota.
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GasFeeWhisperer
· 17h atrás
A história macroeconómica já se conta há um ano, mas a minha carteira continua tão vazia, que piada.
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ReverseTrendSister
· 17h atrás
A sério, já estou farto deste discurso. O que disseram no ano passado continuam a dizer este ano, e o meu dinheiro na conta?
Ultimamente, o mercado voltou a repetir o velho refrão — "O macro é a batuta". Os dados do PCE melhoram um pouco, logo aparecem vozes a dizer que a Fed está prestes a injetar liquidez, que o dinheiro está a caminho e que o mercado cripto vai descolar.
Não está errado ouvir isto. Mas esta conversa já anda em loop desde o ano passado, e o "agarra bem as fichas e espera pelo vento" já quase virou mantra. O problema é que, depois de um ano a recitar o mantra, os números na conta pouco mexeram.
Por isso, vamos ser sinceros: só olhar para o macro chega?
Chega coisa nenhuma. O macro é como ver a previsão do tempo a dizer que amanhã vai estar sol. Mas se vais nadar hoje, tens de ver como está realmente o mar. Se o mercado está parado que nem peixe morto e o dinheiro continua à espera na margem, então o "céu limpo" não passa de música de fundo.
Nestes tempos, eis algumas lições que aprendi:
**Não faças do macro o teu despertador.** O macro dita se o ambiente está frio ou quente, mas não é um botão de compra e venda preciso. Quando queres agir, tens de ver se há aqueles padrões que reconheces no gráfico e se há sinais reais de entrada de capital.
**Cuidado com os momentos de "todos otimistas".** Quando toda a gente conta a mesma história, o lado positivo já está quase sempre refletido no preço. As oportunidades de verdade surgem normalmente nas fases em que o mercado hesita, entre acreditar e duvidar.
**Sobreviver é o mais importante.** Por muito bonito que seja o trend, se a gestão de posição falhar ou entrares na hora errada, uma correção forte chega e és posto fora de jogo. Ganhos no papel não contam.
Resumindo: é preciso olhar para cima (o rumo macro), mas ainda mais para baixo (a realidade do mercado). Acreditar nas narrativas de longo prazo é legítimo, mas para o temperamento de curto prazo do mercado é preciso ter respeito.
Menos conversas bonitas, mais atenção ao que o mercado mostra de verdade. Neste jogo, só quem aguenta até ao fim tem direito de ver o desfecho.