#美联储重启降息步伐 Afinal, quantas vezes de alavancagem se deve usar num contrato? Acorda, tudo o que pode salvar-te está aqui.

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A caixa de mensagens privadas voltou a explodir, toda a gente a perguntar qual o nível de alavancagem a usar nos contratos perpétuos — já falo disto desde o bull market até ao bear market, há cinco anos seguidos. Novatos tropeçam, veteranos também se espalham ao comprido.

Fica já dito: a alavancagem não é uma máquina de levantar dinheiro, é um negócio de lamber a faca pelo fio. Usada com destreza corta ferro como manteiga, mas ao mínimo deslize vai até ao osso.

A “liberdade” dos contratos perpétuos soa tentadora — não há prazo de validade, enquanto não fores liquidado, podes renovar para sempre. Mas quanta armadilha se esconde nessa liberdade? Podes reforçar posição a qualquer momento, quando ganhas ficas com vontade de all-in, quando perdes apetece aguentar até ao fim, puxas a alavancagem para cima e o delírio dos lucros multiplicados sobe-te à cabeça, enquanto o risco já foi para o espaço.

Na semana passada encontrei um tipo que me disse operar sempre com 30 a 50 vezes de alavancagem. Provoquei-o: porque não usas logo 100 vezes? Ele riu-se: “Isso liquida tão depressa que nem dá para fazer print para o grupo.” Não me consegui conter a rir.

Resumindo, usar alavancagem é dançar à beira do precipício. 50 vezes é como aquecer o sapo em água morna, 100 vezes é fritar costeletas em óleo a ferver — a diferença é só quantos segundos o mercado te deixa para deixares a mensagem de despedida.

Vamos às contas com BTC: 30 vezes de alavancagem não aguenta um movimento de 16 pontos, 50 vezes encolhe para 10 pontos, 100 vezes? Se o preço oscilar 5 pontos, estás logo fora. 1 vez é seguro como um cão velho, mas ganhas tão devagar que enlouquece; 100 vezes é feroz como um lobo, mas sem stop loss ou disciplina, a conta vai a zero num piscar de olhos.

O que te lixa verdadeiramente nunca é o número de vezes da alavancagem, mas sim perder a cabeça a reforçar posições, com margem tão fina como asa de cigarra. Querer multiplicar centenas de U em lucros de milhares? Basta o mercado espirrar e és levado de maca.

O mais frustrante não é errar a direção, mas sim acertar na previsão, e por teres a alavancagem demasiado carregada, um pequeno recuo põe-te fora do jogo, e depois ficas a ver o preço a disparar na direção que tinhas previsto.

Grava isto: contratos perpétuos não temem alavancagem alta, o perigo está na falta de elasticidade da conta. A margem tem de aguentar a volatilidade normal — é a linha entre viver ou morrer.

Três regras de ouro para tatuar na pele:
Primeiro, só usa modo de margem isolada; margem cruzada é pôr todo o teu dinheiro a arder num barril de pólvora.
Segundo, o stop loss tem de estar sempre colocado; quando começas a aguentar perdas, o relógio da liquidação já começou a contar.
Terceiro, esquece sonhos de riqueza rápida: com 5000U de capital, ganhar 50 a 100U por dia de forma consistente, a bola de neve dos juros compostos é mil vezes melhor do que apostar a vida.

O que a alavancagem multiplica nunca é o mercado, mas sim a tua ganância e disciplina. 100 vezes com gestão de risco é muito mais seguro do que 5 vezes a insistir à força.

Nos contratos perpétuos não ganha quem é mais ousado, mas sim quem sobrevive mais tempo — só depois de teres o sistema afinado é que tens direito a sair a rir e a contar dinheiro.