O Woori Bank foi o primeiro a exibir o preço do Bitcoin na sua sala de negociação, acelerando a adoção de ativos digitais pelo setor bancário sul-coreano.

O Woori Bank adicionou recentemente a cotação do Bitcoin (BTC) na sua principal sala de operações em Seul, exibindo este ativo criptográfico ao lado de indicadores financeiros centrais como a taxa de câmbio won-dólar, rendimentos das obrigações do Estado e índices bolsistas. Assim, tornou-se o primeiro banco comercial da Coreia do Sul a integrar cotações de criptomoedas num ambiente de negociação de primeira linha.

Segundo responsáveis do banco, o Bitcoin adquiriu agora um papel importante como “indicador de sentimento de mercado”. Com a crescente influência dos ativos digitais nos mercados financeiros globais, a sua inclusão no monitoramento diário dos negociadores facilita uma avaliação mais abrangente do apetite pelo risco e da correlação entre mercados. Esta iniciativa reflete igualmente um avanço na construção de infraestruturas de ativos digitais no sistema bancário sul-coreano.

Em paralelo, está a aumentar também a cooperação interbancária. O Hana Financial Group firmou esta semana uma parceria com a Dunamu, empresa-mãe da maior bolsa de criptomoedas do país, para introduzir tecnologia blockchain em serviços financeiros como remessas internacionais e sistemas de dados. Embora o Woori Bank ainda não tenha anunciado cooperação com bolsas, os seus altos quadros têm reiterado planos para expandir os negócios relacionados com ativos digitais. O CEO Jeong Jin-wan salientou que os sistemas de pagamento e o ecossistema de ativos digitais estão “cada vez mais interligados”, criando novas oportunidades de receita para os bancos.

A nível político, o enquadramento regulamentar está também a ser melhorado. O governo sul-coreano está a analisar propostas que permitiriam apenas a emissão de stablecoins em won por consórcios controlados por grandes bancos. Uma vez implementada, esta medida permitirá que bancos sistémicos, incluindo o Woori Bank, desempenhem um papel chave no futuro mercado de stablecoins.

Entretanto, o investimento dos pequenos investidores coreanos manteve-se ativo durante os feriados. Na semana de encerramento da bolsa durante o feriado do meio do outono em outubro, os investidores aplicaram cerca de 1,24 mil milhões de dólares em ações norte-americanas e ativos digitais, com ETFs alavancados e ações tecnológicas de alto crescimento entre os ativos mais procurados.

No campo regulatório, a Coreia do Sul anunciou o reforço das restrições relativas à “Travel Rule” para transações em criptomoedas, expandindo o âmbito de supervisão para incluir transferências de valor inferior a 1 milhão de won (cerca de 680 dólares), para evitar a divisão de transferências como forma de contornar a fiscalização. A Unidade de Informação Financeira (FIU) terá também poderes acrescidos para congelar contas e planeia promover alterações legislativas no primeiro semestre de 2026, aprofundando ainda a cooperação regulatória com instituições internacionais como a FATF.

Com o Woori Bank a introduzir o Bitcoin na sala de operações, a banca sul-coreana está a avançar do universo financeiro tradicional para uma fase de integração mais ativa dos ativos digitais, reforçando ainda mais a sua posição na competição para se afirmar como centro asiático de finanças cripto.