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Suspense sobre o corte de juros em dezembro: já há grande discórdia dentro da Fed

Na próxima terça e quarta-feira (9-10 de dezembro), a Fed vai reunir-se novamente. O foco desta vez é só um — vai ou não vai cortar os juros?

O mercado já não consegue esperar mais. Segundo dados da CME, 87% apostam que desta vez haverá um corte de 25 pontos base, levando a taxa dos Fed Funds diretamente para 3,75%-4%. Até o Morgan Stanley mudou de opinião: antes ainda dizia “esperem mais um pouco”, agora prevê corte já em dezembro.

No campo dos “doves”, quem fala mais alto é o membro Milan, que foi direto ao ponto: “As taxas altas estão a matar o mercado de trabalho, se não cortarmos já, será tarde demais.” Williams, da Fed de Nova Iorque, também deixou uma frase ambígua — “há espaço para ajustes no curto prazo” — atenção ao “curto prazo”, quem sabe, percebe. Ele ainda sublinhou que a política deve voltar a ser neutra, para não destruir o mercado laboral.

Daly, de São Francisco, foi ainda mais categórica e afirmou abertamente: em dezembro tem de haver corte! A lógica dela é simples: se começar uma vaga de despedimentos, será imparável; inflação a recuperar? Isso trata-se depois, temos ferramentas para isso.

Mas os “hawks” também não estão parados. Quatro membros com direito a voto levantaram dúvidas publicamente sobre cortes consecutivos, argumentando que a inflação já passou dos bens para os serviços e continua a espalhar-se. Collins, da Fed de Boston, está com a posição mais delicada: apoiou o corte em outubro, mas agora hesita, achando que a atual taxa “moderadamente restritiva” deve manter-se por mais algum tempo.

Portanto, o cenário é este: de um lado clamam por “salvar a economia”, do outro temem o “renascer da inflação”.

Com a contagem decrescente para a reunião, também o mercado cripto aguarda por este sinal. Cortar ou não cortar? A resposta chega para a semana.