Esta noite vai haver um grande espetáculo! O fundador de uma das principais exchanges enfrenta Peter Schiff, o conceituado economista de Wall Street – de um lado, um peso-pesado do mundo cripto; do outro, um adepto ferrenho do ouro.

Tensão? Já se sente através do ecrã. Schiff lançou publicamente o desafio, o adversário aceitou e, de forma rara, até escreveu que estava "um pouco nervoso". À superfície parece um duelo entre Bitcoin e ouro tokenizado, mas na verdade é um confronto direto entre dois sistemas de valores distintos.

**A resposta das forças tradicionais: vestir o ouro com um colete blockchain**

O setor financeiro tradicional está a agir em força:
- Um grande banco americano prevê que o preço do ouro vai disparar para 3.000-5.000 dólares
- Um banco internacional de Hong Kong lançou um token de ouro, com um volume de transações superior a 1.000 milhões de dólares em dois meses
- Até o próprio Schiff admite que a blockchain pode resolver os antigos problemas do ouro: "não se pode cortar nem transportar facilmente"

Parece que o mundo tradicional está a usar a tecnologia para modernizar os velhos ativos.

**A desconfiança dos nativos cripto: é só mais do mesmo**

A resposta do fundador foi certeira: o chamado "ouro tokenizado" é, no fundo, um “token de confiança”. O valor daquele código que tens na mão depende inteiramente de a entidade emissora cumprir – ou não – a promessa de "no futuro dar-te ouro verdadeiro". No fundo, estão apenas a transpor o velho jogo de confiança do sistema financeiro tradicional para a blockchain.

**O que está realmente em jogo?**

Isto não se resume a "comprar Bitcoin ou acumular ouro". É um duelo entre duas rotas:

Num caminho, segue-se a lógica nativa da era digital – código é regra, matemática é confiança, sem precisar de intermediários;
No outro, veste-se o ativo tradicional com roupa tecnológica, mas o núcleo mantém-se: “acreditar que uma entidade vai cumprir a sua palavra”.

O debate ainda não começou, mas as linhas de batalha já estão traçadas.